ORDER, ORDER, CLINTON! )
Obama, Obama, Obama! Me peguei gritando sozinho a esperança que mistura
as vozes do Quênia com as ondas de rádio que levaram um tição com nome árabe a
estudar vindo do Havaí, embalado por hits como <its now or never> e foi
pegar onda num pranchão inventado na Califórnia, parafina sobre fibra em
Pacific Beach ou Venice de patins ou terá sido transportado na fronteira
dos bondes de San Diego? Poderia ter subido degraus ao vale sagrado no
Peru, onde as vagas também são fortes, preferiu um lual de cascatas e um
refúgio de ilhas no meio do Pacífico - criou-se um tubarão!
Tubarão branco e preto por certo e
bem voraz em moderar seus discursos com o gingle do jazz que chora seus
mortos, com o sanduíche de rosbife e queijo melado do leste, com um vice do
primeiro estado rebelado, Delaware,
de sétimo mandato e que presidirá agitada casa, onde turistas brasileiros também
ouvem “questões de ordem”... Aliás, de queijos cheddar e cottage em
crises eles entendem bem quanto franceses, na quantidade digo, pois as
prateleiras de muitos Publix markets
são fartas de tudo, potencialmente industrializado. As rodas do Mississipi
não param, esquiam em Vermont na suave onda democrata, e de um
extremo a outro Washington, esquilos
escalam totens e fazem companhia às pacatas corujas! E não entendem a Florida
de tamanha confusão em anular votos de neocubanos e chicanos – um pêndulo de turistas e aposentados endinheirados e que
buscam o sol! Cédulas de papel ainda Mr.
President? Aqui já votamos 99,9% com urnas eletrônicas... A vitória pós-Bush
foi estrondosa, uma revanche do fiasco de Kerry diante dos buracos
de Saddan e sua cabeça pendurada.
Mas, Bush se foi em meio à crise econômica que põe a leilão casas de
trabalhadores até no deserto de Nevada; no meio do maior entroncamento
ferroviário do mundo, na Chicago dos netos de Al Capone aonde iam todas as rêses e bombeiros, em abatedouro,
surgem esperanças no terraço do Sears Tower, ex-edifício mais
alto do globo, superado pelas gêmeas Petronas em Kuala Lampur / Malásia, onde
por curiosidade, Barack passou próximo a infância, após um casamento
desfeito de seus pais - bela aventura do menino no sul da Ásia, morando na Indonésia
muçulmana. Dubai também já constrói três super altas, oásis
ocidentalizado dos petrodólares. Um terço dos tratores do mundo estão lá, e
daí? Por si seria apenas um cidadão advogado, negro, vencedor, pai de duas
princesas e casado com uma mulher inteligente e forte (batalhou e
se formou em Harvard, a esposa também advogada que ganha cem mil vezes o que a
nossa inútil Marisa jamais sonhou com um cartão corporate). Não entendo muito de Estados Unidos, mas acho que Obama
pode se tornar um ídolo que a mídia escolha contra o ódio disseminado. Agora os
desafios se acumulam, a vitória foi retumbante no congresso que garante uma
situação de aparente tranqüilidade, como se existisse tranquilidade em momentos de crise em algum parlamento desde o Séc XII... Humanos são a crise? As tortas de amoras negras
continuarão a explodir, porque existem mais armas e fuzis registrados que
cidadãos votantes e são conscientes que dizimaram seus índios. “Yes, we
can!” Continuam mais a poluir que reciclar, investem maciçamente no espaço
e esquecem a Terra e paradoxalmente, por que paralisar os ônibus espaciais? O
Alaska continua o Alaska, lindo, inexplorado e degelando, as usinas nucleares
que não são poucas trabalham a todo vapor e nenhum fellow PhD de Columbia ou Stantford, nenhuma professora Condolezza
saberá que futuro terão os lixos radiativos ou como evacuar uma metrópole às pressas, não sabem a velocidade da radiação, devem ir para Guantánamo
ou para a Amazônia... Furacões e tornados continuarão a devastar o sul das
mentes e nenhum pacote de reconstrução de US$700 bilhões deterá o clima,
alertou o ponderado e adorado líder Bill
Clinton. Ou mudamos as mentalidades e começam a reduzir a produção
desnecessária ou a falha de San Andrés ainda pode submergir a golden
gate! Um estado que apesar de mais rico e da tradição liberal, quase sempre
em azul no mapa, proibiu o casamento gay - as realidades de Sacramento
ou do interior caipira não são as de L.A. ou de uma São Francisco meio
oriental, um retrocesso. Os fuzilamentos de Utah voltarão em nome dos
polígamos nihilistas que ainda não aceitam a aculturação? Os drogados, suicidas
e estudantes armados em sala serão estatísticas frias de uma sociedade
extremamente acelerada em cartões de plástico, consumista e histérica? Onde
ricos e pobres têm iguais chances de vencer, mascando chicletes com um cupom
de sopa nas mãos? Lembrando-se da comida caseira da Geórgia feita pelas
escravas? Irritando crentes do cinturão do Alabama, Tenessse, onde
vendem-se igrejas como vendem-se bonecos do novo presidente defecando e acreditam
que é um bom negócio? Elvis não
morreu, estão matando é a Amtrack porque era exemplo de uma classe
média cheia de sonhos nos anos 50. Hoje parte de Wall Street é drogada e moralista, almoçam pizzas sobre gráficos de bilhões, gritando com olhos arregalados e a base de antidepressivos! Só
pensam cifras e não ajudam sequer irmãos. Ouvem hip hop
enquanto compram uma 9mm na esquina? Não! Volte a América Amiga de Nat King Cole, os comportados irmãos
Carpenters, preferimos uma maravilhosa orquestra com duetos de Dione Warwick e Burt
Bacharach! Preferimos a voz de Frank
Sinatra no Maracanã lotado! As ondas do rock americano, o cinema de tantos Oscars, atrizes e diretores, as latas de sopas campbell's! Preferimos a cortesia nos aeroportos e a amizade entre
os Povos! Isso aí, vistos de turista
valem por dez anos se lá quisermos circular de yellow cabs. E por culpa de
árabes terroristas esperar em filas e ter até a sola dos sapatos vasculhada em
busca de pó e artefatos explosivos? Teremos que passar em raio-x até do
cérebro para lerem o que pensamos?? Somos latinos, somos povos de PAZ! Precisamos
mais que reduzam parte dos juros! Precisamos de parcerias novas! Aqui só se
produz 5% das pesquisas de conhecimento! Melhor esquecer Gotan City? Que
o Batman vença o Coringa e dialogue com o Google Translator. Que a mulher gato mergulhe no mar turquesa de
Angra dos Reis. Venham ao Rio de Janeiro algum dia! Conheçam as jangadas do Ceará, os quilômetros de coqueiros da Costa dos Corais, um tucunaré na folha de bananeira...
Sim, vou encerrando. Foi bom
desabafar, escrevendo a uma amiga americana que me confidenciou pelo telefone:
“Obama is an ilusion!” Engraçado, esperou quase duas horas em pé para votar
nele e me fala isso. Será outro Kennedy, uma chama iluminada em Arlington?
Ou será a luz de uma esperança
reunida? Em muitos lugares desse mundo WE BELIEVE YOU! Que faça a Paz
por onde passar! Que nos traga economia
mais solidária e segurança, enquanto avós e crianças têm medo e vão dançando
felizes na borda de vidro dos cânions ou seremos todos crianças do Quênia,
dançando ao som de Bob Marley ou Grace
Jones?
Dr. Guto deixou de encaminhar esta crônica ao
embaixador americano, em 2008. Reviso rápido e mando hoje direto ao Mr. President.